Conto: Perseguido por um Assassino





  Esse conto eu tirei de um antigo blog meu, eu escrevi mas fiz algumas melhorias para o trazer até aqui, é um tanto óbvia, então espero que gostem:

   Acordo e olho para a única coisa que ainda brilhava, uma hora daquelas nada emitiria uma luz que seria capaz de me cegar se eu não estivesse tão acostumado, o relógio, ainda eram apenas 3:00 da madrugada, e por ser um  dia de semana eu não compreendi o por que da insônia que me abateu. Meus olhos aos poucos começam a se adaptar a escuridão, enquanto permaneci imóvel, pensando em como teria de trabalhar daqui a algumas horas, o que destrói aos poucos o sono que eu ainda tinha... Eu morava sozinho, por tanto tudo permanecia mais obscuro do que realmente era, mas não importava, caso algo acontecesse saberia da presença dos meus vizinhos...
    Ouvi batidas na porta lá de baixo, tentei realmente ignorar mas a pessoa parecia insistente. Levantei com raiva indo ao banheiro, joguei água gelada em meu rosto. Quem estaria lá a uma hora dessas ? Teria de ser um motivo muito bom. Nem as crianças dos vizinhos estariam acordadas para me incomodar, então suponho que é importante. Ao descer olho pelo canto da janela, para meu alívio é apenas um policial que estava lá, o que aos poucos começa a se tornar estranho... por que um policial me incomodaria uma hora daquelas ? Só podia ser notícia ruim, algo com minha família talvez ? Um amigo meu ? Meus temores se cumpriram assim que abri a porta principal, o policial foi logo dizendo:
-Temos de entrar e trancar a casa toda...
       Ele disse tudo muito rápido sem se explicar, eu dei uma boa olhada em sua roupa, uma roupa simples de policial, mas sua face guardava algo, uma cicatriz em cima da sobrancelha, seus olhos eram castanhos escuros, e seu cabelo era muito curto, ele repetiu:
-Temos de entrar agora...
        Perguntei sem entender nada:
-Por que ? O que aconteceu ?
       Ele respondeu me empurrando para dentro:
-Peguei o turno da madrugada e fiz minha rota por essa vizinhança - Ele parou e fechou as portas, e continuou falando. - Você já soube de alguns assassinatos aqui perto não é ?
-Oh sim, tanto que andei meio assustado...
-Então... Vi um cara andando em volta da casa, e notei, fizeram um retrato falado dele de uma das vítimas que o viu, e realmente, era o cara...
-Então temos de sair, temos de ir a delegacia, temos...
-Não é um pouco arriscado, vamos fechar a casa e se ele desistir nós vamos...
        Tranquei a porta, como era madrugada o resto da casa provavelmente estava fechada, exceto um lugar... o porão ! Ele tinha uma abertura que dava do quintal para dentro. Eu não iria o trancar, podia ser uma rota de fuga para mim e para o policial, que a propósito parecia me muito medroso para o cargo... Me entregando seu único revolver ele anunciou:
-Pegue, pode ser útil para alto defesa, eu peguei uma das facas da cozinha se não se importa...
      Estava meio confuso e assustado, então disse:
-É... si-sim pode pegar a faca..
        Ele se sentou na sala comigo e perguntou:
-Como é seu nome Jovem ?
-Mark... - Estava tão atordoado que quase esqueci meu próprio nome. - E o seu ?
-Meu nome é Brad, trabalho em uma delegacia aqui perto,comecei a pouco tempo, podemos ir lá quando tudo ficar mais calmo...
-Sim... você realmente me pegou de surpresa...
-Tinha de agir logo... - Então por qual motivo não deu a porcaria de um mandato de prisão ao cara ? - E fui logo entrando...
-Errr... não seria melhor ligar para a policia ? Pode usar meu telefone mesmo, infelizmente não tenho nenhum celular..
       Ele ficou um pouco pensativo, até que finalmente concordou, andou até o telefone e digitou o número da delegacia, eu estava longe então não deu para ver direito, após permanecer um tempo na linha ele disse:
-Não chama... o safado deve ter cortado a linha..
       Eu logo disse:
-Não podemos ficar aqui... devemos sair daqui, não é seguro, tenho uma rota de fuga...
-Por onde se trancamos tudo ?
-Não tranquei o porão, era minha rota de fuga... Ele é pouco escondido e a delegacia não é tão longe, podemos correr até lá...
     Ele ficou evidentemente irritado e gritou:
-Está maluco ? E se ele tivesse entrado pelo porão ? Você colocou nós dois em risco...
-Sim, mas agora não podemos desperdiçar essa chance...
     Eu estava um pouco assustado, então corri até a entrada do porão enquanto ele gritava para eu parar que era extremamente arriscado, fui até a saída e corria crente que ele estava atrás de mim, mas ao chegar a delegacia ele não estava lá, ele não tinha me seguido ou tinha se perdido metade do caminho, então entrei e logo fui falando tudo o que aconteceu, mas os poucos que estavam trabalhando aquela hora mandaram eu sentar e trouxeram água para eu me acalmar, um deles foi logo perguntando:
-Qual era o nome do policial que estava com você ?
-Ele disse que o nome dele era Brad, ele...
-Você poderia me dizer algo que me descreveria ele ?
-Bem ele tinha uma cicatriz pequena em cima da sobrancelha e...
     O policial se virou e entrou em sua sala, voltando poucos segundos depois com um desenho, ele perguntou:
-Se parecia com esse aqui ?
-Sim é ele, mas temos de voltar e pegar o assassino...
-Isso é um retrato falado, feito por uma pessoa que viu o assassino...
-Mas...
-Nenhum policial esse nome trabalha ou trabalhou aqui...
-Mas ele estava me ajudando...
-Ele estava fazendo o contrário disso...

    Sai de lá atordoado, sem entender o que eu acabei de ouvir. Sentei em um banco deserto e contemplei as estrelas e a face da luz, e finalmente compreendi, quase cai no chão de joelhos com medo de voltar para casa, acho que nem todos querem nos ajudar, não ?!

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